"Pelo menos alguma coisa eu devo ter feito certo.
Por que tenho certeza que você vai lembrar de mim, ainda que não queira"
Justin P.O.V
O vento batia no meu rosto me trazendo uma sensação de liberdade, Meddy abraçava minha cintura com força, as vezes quando eu acelerava passando de 140km/h ela me abraçava mais forte e já era notável o medo que ela tinha. No dia que eu quase a atropelei eu jamais imaginaria quem ela era, nem imaginei que ela poderia ser amiga de Chaz e Ryan. Ela era estressada, parecia que tudo a incomodava ou eu a incomodava. Ela realmente não gostava de mim e eu queria mudar isso, não que eu tivesse interessado nela, muito pelo contrario, mas o fato é que eu odeio estar em um lugar onde as pessoas não me queiram e como nós andamos com o mesmo grupo, eu queria me da bem com ela, mas isso parecia impossível. Eu estava indo em direção ao lado oeste a praia em que estávamos, já havia uns quarenta minutos que havíamos saído de lá. A praia em que eu a levaria era um pouco distante e calma. As ondas do mar são completamente fortes e a correnteza era capaz de puxar qualquer pessoa que entrasse lá para longe, por isso quase ninguém ia lá. Antes de me mudar para Atlanta eu vinha aqui todas as vezes que brigava com meu avô. O barulho das ondas já era notável e logo avistamos a bela paisagem da praia.
- Por que tão longe? - Meddy perguntou assim que eu reduzi a velocidade.
- É calmo, eu gosto daqui. - Disse assim que parei a moto por completo, desliguei a mesma e Meddy desceu tirando o capacete, ela observava atentamente a paisagem e os olhos dela brilhavam. Tirei meu capacete o colocando no guidão e desci em seguida.
- Onde você achou esse lugar?
- Uma vez eu briguei com meu avô e sai louco de casa, acabei parando aqui. - disse e suspirei ao me lembrar dessa época.
- Seus pais devem ter ficado loucos! - ela disse e soltou uma leve risada pelo nariz.
- Não eles não ficaram. - disse me lembrando do que havia acontecido com eles
- Que isso Justin - ela deu um leve tapa no meu braço - Todos os pais ficam preocupados com seus filhos quando eles somem. - ela disse me olhando e eu desviei o olhar já sentindo minha garganta secar ao me lembrar deles.
- Não Meddy - eu sussurrei - Eles não se preucupam, não quando eles estão mortos - disse a olhando novamente e ela arregalou os olhos
- E-eu sinto muito - ela disse sem desviar os olhos - Eu não teria tocado no assunto se eu soubesse, eu sei como deve ser difícil, eu não sabia, eu jamais tocaria nesse assunto se... - a interrompi
- Está tudo bem! - suspirei cansado - Eu já superei. - disse olhando pro céu. Comecei a andar em direção ao mar e Meddy vinha em silêncio do meu lado. Me sentei na areia observando as ondas se quebrarem uma nas outras. Meddy se sentou ao me lado ainda em silêncio.
- Por que me chamou pra vir aqui com você? - ela disse fazendo bolinhos com a areia e eu observava os movimentos de suas mãos.
- Eu estava vindo pra cá naquela hora, você veio atrás de mim e eu ainda quero me acertar com você. Já tem tantas pessoas no mundo que me odeiam não preciso de mais uma! - ela riu com minha ultima frase
- Eu não te odeio. - ela disse com um sorriso nos lábios.
- Ah não? - disse a olhando de uma forma cínica.
- Você só me irrita!
- Isso não é tão ruim. - disse olhando pro mar
- Nem tanto! - ela disse e eu a olhei na mesma hora - Quando alguém me irrita ela não passa muito tempo viva. - ela levantou o olhar pra mim de uma forma seria tentando me causar medo só que a unica coisa que eu fiz foi rir.
- Meu deus, já estou me arrependendo de ter te trago aqui. - ela riu - Me fale da sua vida - disse assim que o silêncio se instalou entre nós.
- Minha vida - ela suspirou - nada boa eu devo dizer, eu não tenho muita liberdade na minha vida, eu tenho apenas liberdade e felicidade quando meus pais viajam - ela me olhou - Eles são do tipo super protetores, que defendem as éticas da sociedade, se não fosse os meus amigos eu estaria louca a uma hora dessas. E a sua vida? Me fale sobre ela. - ela disse e voltou a fazer bolinhos com a areia com os olhos presos em suas mãos, fazendo tudo com tremendo cuidado.
- Minha vida é igual um barco guiado pelo vento. Sem rumo! - ela riu e levantou seu olhar para mim.
- Queria ter sua vida. É melhor ser sem rumo do que ter seu rumo guiado por outras pessoas.
- Seus pais são muito possessivos? - perguntei me deitando sobre a areia com os braços abaixo do pescoço e observando o céu
- Possessivos eu acho que um pouco. Minha mãe é muito cuidadosa e meu pai tem muito ciúmes da filha mais nova.
- Então eu tenho chances de ser capado por sequestrar a filha dele? - disse me referindo ao pai dela e ela riu
- Então isso é um sequestro? - mesmo fitando o céu eu sabia que ela me observava com um sorriso no rosto. Se ela soubesse o quanto ela fica linda sorrindo ela sorriria toda hora.
- Podemos dizer que sim. - Me sentei rapidamente a olhando e ela sorria - Está com medo? - disse e ela riu de uma forma contagiante
- Nem um pouco - ela zombou
- Pois deveria.
- Isso é uma ameaça?
- Um aviso! - disse levanto o dedo indicador e a corrigindo - Mas sim, você tem uma irmã? Você disse que seu pai tinha ciúmes da filha mais nova
- Ela é mais velha que eu, nós não nos falamos muito. Não somos muito ligadas! - ela disse com um tom triste
- Por que? - perguntei interessado na historia
- Ela é muito competitiva. Quer estar acima de todos e de tudo. - ela suspirou - Podemos entrar no mar? - ela disse se levantando e eu me levantei junto a ela
- Se você quiser ser levada pra longe pela correnteza e ser servida de refeição a peixes - coloquei as mãos no bolço da bermuda. - Vá em frente. - ela me olhava com os olhos arregalados o que me fez rir
- Eu nunca mais entro em nenhuma praia. - Ela disse amedrontada
- Quer comer alguma coisa? - disse assim que avistei de longe uma barraca. A praia era vazia, mas nem tanto assim
- Quero - ela disse rapidamente, seguimos em passos lentos até a barraca que ficava um pouco distante, o silencio se instalou novamente entre nós, o único barulho que se dava pra escutar era das ondas se quebrando.
- Boa tarde! - disse assim que nos aproximamos da barraca onde vendia frituras. E a moça com aparência de uns 40 anos sorriu assim que nos olhos - Vai querer pastel de que? - perguntei olhando pra Meddy que observava os pasteis pronta pra devora-los
- Frango! - ela disse apontando pra um dos pasteis expostos em uma bandeja
✞
O sol já se colocava e naquela unica tarde, eu pude perceber em Meddy que ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
- Biebs - Meddy chamou minha atenção, eu estava com a cabeça deitada nas pernas dela a qual estavam esticadas, nós finalmente havíamos se entendido - Por que você não se da mais bem com seus avôs? - ela perguntou me olhando e eu me sentei fitando o mar.
- É uma longa historia - disse pegando uma pedrinha e arremessando no mar.
- Alguém aqui está com pressa? - ela olhou pros lados como se estivesse procurando alguém - Por que eu não estou! - ela sorriu
- Quando eu completei 15 anos minha vida mudou tremendamente! - suspirei sentindo minha garganta seca - Eu comecei a beber, beber mesmo, do tipo de chegar todo dia embriagado, meu vô sempre reclamava e a gente acabava discutindo, discutindo feio! - Meddy me olhava atentamente sentada bem ao meu lado - Eu ficava ilhado quando ele me proibiu de sair, eu sempre dava umas escapadas, mas eles nunca desconfiavam. E quando eu completei meus 16 anos eu comecei a sair escondido com mais frequencia, eu saia toda noite e em uma dessas noites eu acabei pegando pesado e - eu sentia um nó na minha garganta enquanto pronunciava cada palavra. - Eu acabei me drogando, eu me droguei por que eu quiz, eu queria tirar a saudade e o medo da perda dos meus pais, e aquela sensação me fez se sentir aliviado, bem aliviado mesmo. Apartir daí eu comecei a me drogar toda noite.
- Você ainda s-se droga? - Meddy perguntou pegando na minha mão que estava me servindo de apoio na area.
- Não, eu larguei. Deixa eu continuar antes que eu perca a coragem de falar - suspirei - Eu cheguei uma noite em casa, meu vô e minha vó estavam na sala me aguardando, eu não me lembro o que houve bem naquela noite, mas eu só me lembro que eu acabei empurrando a minha vó e ela caiu, batendo a cabeça na parede. Eu não me lembro de mais nada, só de acordar no outro dia na casa dos pais do Chaz, ele me contou que na mesma noite eu cheguei lá drogado e nervoso, dizendo que meu vô havia me colocado pra fora de casa. Quando eu voltei pra casa no outro dia, eu discuti novamente com meu avô e ele me falou com todas as letras que eu não era mais neto dele. - Suspirei tentando me manter firme e senti um leve carinho no meu braço, olhei pro lado e Meddy me olhava atentamente, talvez com pena mas, era um olhar bom. - E hoje eu sou sozinho nesse mundo e... - antes que eu terminasse de falar Meddy me surpreendeu me abraçando com força.
- Você tem seus amigos, você não esta sozinho Justin! - Meddy falou com o rosto enterrando na curva do meu pescoço enquanto eu apoiei meu queixo no seu ombro. E uma sensação me invadiu, uma sensação que eu esperava nunca mais sentir. Uma sensação de se sentir bem, apenas com um toque!
A respiração quente dela batia afobada no meu pescoço e o cheiro dela. E seu cheiro, ah seu cheiro, há coisa melhor do que sentir o cheiro natural da pele de uma mulher? Ainda mais uma mulher como a Meddy.
Mas como tudo bom na minha vida é estregado. Meu celular tocou fazendo Meddy partir aquele abraço.
- Alô? - disse assim que atendi o celular vendo no visor o nome de Chaz
- Fala viado, escuta, vai rolar uma festa daqui a pouco, você vai né? E me diz ai você ta com a Meddy? A gente não ta achando ela
- Ela ta aqui comigo e nós... - ele me interrompeu
- Hmmm... Safado
- Cala a boca Chaz, a gente se vê. - Desliguei o celular e olhei pra Meddy que fitava o céu com as mãos no bolço de trás do seu short.
- O que Chaz queria? - ela perguntou se virando pra mim.
- Vai rolar uma festa mais tar...
- AH MEU DEUS, eu me esqueci, a festa da Kim, como eu pude me esquecer? - ela parecia desesperada - Justin - ela pegou no meu braço nivelando nossos olhares e eu ri da cara de panico que ela estava - Nós temos que ir rápido. Eu não posso faltar essa festa.
- Calma Meddy - eu ri -Nós já vamos - passei meu braço pelo ombro dela e começamos a andar até minha moto
- Essa festa vai ser massa Biebs - ela passou o braço pela minha cintura - Vai ser "a" festa, a Kim sempre faz as melhores festas daqui - ela disse empolgada e eu ri
- Você não sabe o que é festa de verdade.
- E você sabe? - ela perguntou cinica parando bem na minha frente.
- Sei - sorri - E qualquer dia eu te levo em uma festa de verdade. - Ela riu e passou novamente o braço na minha cintura e continuamos andando até a moto.

continua ta muito massa essa fic, pq vc parou de posta no AnimeSpirit?
ResponderExcluirO anime excluiu. Continuo logo logo
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